segunda-feira, 31 de maio de 2010

Então, vou ser pai...

Há mais ou menos uns cinco meses era esse o pensamento que rondava minha cabeça. Num átimo, após constatar que a menstruação de minha mulher estava atrasada duas semanas, comecei a martelar meu subconsciente: 'Será que é agora?" "Será que dessa vez não haverá escapatória?" E não houve. Jamais vou me esquecer a manhã daquele domingo ensolarado, em férias na casa de amigos em Arraial d´Ajuda. Mariana se levantou da cama onde dormiámos e foi fazer o teste de gravidez, desses vendidos em farmácias. Após uns 3 minutos de tortuoso suspense, eis que ela me mostra o bastãozinho azul, semelhante a um cotonete, mas sem as extremidades com algodão, e com duas barrinhas paralelas desenhadas em sua ponta. Diagnóstico: POSITIVO.

Reações preliminares: medo, ansiedade, preocupação. Entreolhamo-nos e fizemos aquela expressão do tipo "você-não-dizer-nada"? Repousei de novo minha cabeça no travesseiro e fiquei em órbita alguns segundos olhando para o teto, até que a resposta me foi inquirida uma segunda vez pela impaciente esposa. Perguntei se ela queria levar aquilo adiante e perante a mútua concórdia embarquei na, talvez, mais extraordinária experiência de um ser humano: TORNAR-SE PAI.

Agora você deve estar pensando. Mas por que ele resolveu montar um blog sobre paternidade? Simples. Existe uma vasta literatura médica sobre as mudanças biológicas, psicológicas e sociais da mãe. Mas poucas referências literárias sobre o tema exclusivamente para os pais.

Durante os meses dessa minha carinhosamente chamada "Sindrome da Paternidade Adquirida" resolvi transformar os meus momentos de ócio em uma investigação sobre as novidades existentes no que diz respeito a ser um pai no século XXI. Meus amigos, digo-lhes uma coisa: mudou tudo! Ou quase tudo...

Antes de mais nada, é preciso dizer que a aquela figura mitológica do pai apenas como mero reprodutor, que dá as palmadas, que ensina o filhote a paquerar e comer as menininhas, que administra a mesada, que influencia a cria na escolha do time de futebol e pergunta quando é que vai começar a trabalhar, acabou. Esses procedimentos ainda existem, é claro, mas estão bem diferentes da época dos nossos pais.

A intenção desse blog é ser uma pequena ferramenta baseada na minha modesta experiência e em algumas pesquisas que pretendo fazer para responder a uma complexa pergunta: O que é ser pai hoje?

Para que este post não fique grande demais logo de primeira, vou apenas dizer que a sociedade está impondo redefinições no conceito de ser chefe de família. A indepedência financeira das mulheres (muitas delas são chefes de empresas, estão concluindo dissertações de mestrado e teses de mestrado em maiores quantidades do que os homens, assim como são maioria como candidatas à estabilidade empregatícia em concursos píblicos) está fazendo com que nós pais sejamos mais participantes na criação de nossas crianças. E não estou falando apenas em empurrar o carrinho ou trocar fraldas...A nossa missão é árdua.

Nos próximos posts vamos estudar caso a caso as novas situações cotidianas que estão moldando esse "novo pai".

Aqui vai uma pequena amostra do que eu quero dizer

Um forte abraço!